Restaurande Casa d'Italia ♠ Local Público Oficial ♠

Quer saber como estava minha vida, ultimamente? Acho que posso resumi-la com apenas duas palavras: Tédio Mortal. Então, resolvi dar uma passadinha no mundo mortal. Ta certo que esse mundo não era muito melhor, mas dava pro gasto. Estava passando pela rua, quando avistei um lugar que me pareceu um tanto... acolhedor. Assim que entrei no restaurante, senti uma presença digamos... divina. Algum deus estava lá. Passei os olhos pelo ambiente. Mais ao fundo, próximo da mesa de bebidas, estava o ser. Não consegui reconhecê-lo de imediato. Me aproximei e sentei-me junto à ele na mesa.
-Com licença. Posso me sentar aqui?

Ele havia concordado com o fato de eu me sentar ali, mas de qualquer forma... eu já havia me sentado ali antes mesmo de perguntar, então não faria muita diferença. Ele bebia muito. Pelo cheiro que vinha da garrafa da qual ele tomava alguma bebida aos montes, supus que era Vodka. Pensando bem, aquela era uma boa ideia: beber para sair do tédio. Quando ia pedir alguma bebida ao garçom, o Deus desconhecido, parecendo ler meus pensamentos, pediu um Coquetel para mim. Em seguida ele perguntou meu nome. Fiquei um tempo pensando... havia muito tempo que eu não passava pelo mundinho mortal, então nem tinha pensado num nome. E agora eu não estava com cabeça pra pensar nessas coisas.
-Nome? Bem, eu não pensei em nenhum por enquanto. Pra não causar confusão, acho que Xyn (Nyx ao contrário) será útil, provisoriamente. Os mortais nunca desconfiarão, têm umas mentes fraquinhas... coitadinhos... E a propósito, eu estou "bem", tirando o fato de estar sendo consumida pelo tédio. Me desculpe, mas não estou te reconhecendo... Você seria Dionísio?

-Acho que não vou comer nada. E também... não precisa ser tudo por sua conta. Gastar dinheiro, pra mim, é digamos... relaxante. - digo isso e tomo meu Coquetel em um gole. Levanto a mão, chamando o garçom e peço mais um. - E então, como vai a vida, Dionísio?

O garçom trouxe meu coquetel, mas dessa vez demorei mais para consumi-lo. Dei um gole e fiquei observando Dionísio. Ele parecia meio tenso, como se estivesse esperando que algo ruim acontecesse. Será que era uma armadilha? O que será que ele estava tramando? Tomei mais um pouco da bebida e perguntei:
-Reparei que você está um pouco estranho... Como se soubesse de algo, digamos... ruim... O que está escondendo, Dionísio?

-Como assim "querem nos matar" ? Ninguém aqui me parece... ameaçador o bastante para matar seres IMORTAIS. Relaxa, não vai acontecer nada! - tomo mais um gole do coquetel e percebo que Dionísio ainda estava em pé, observando tudo e todos ao seu redor. Se continuasse assim, a "coisa" que queria nos matar iria perceber... se é que ela existe. - Ta, vamos lá fora e você me conta o que acha que está acontecendo. - me levantei da mesa e fui até a frente do restaurante.

Escutei atentamente o que ele disse. Realmente... aquele garçom não era o mesmo que havia nos servido há alguns minutos atrás. Olhei meio de canto, para não dar muita bandeira. Me assustei um pouco pelo fato de o garçom estar me encarando. Desviei o olhar rapidamente e voltei a olhar para Dionísio. Bem, eu poderia acabar com aquela criatura de Hades em segundos, mas iria chamar muita atenção, como ele havia dito. A única solução era sair dali mesmo.
-Eu estou começando a acreditar em você... vamos dar uma volta na praia, mas quero que você me explique melhor essa história, lá.